segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Antecipar a compra do material escolar garante economia de até 7%


Quem deixar para o começo do ano que vem pode encontrar preços já com o índice da inflação embutido no valor dos produtos

BemParana Ana Ehlert

Ana Carolina e Alexandre: compras só antecipadas (foto: Franklin de Freitas)
Novembro as aulas do ano letivo ainda nem acabaram, mas para muitos pais já é época de pensar no material escolar do próximo ano. Com essa medida, além de evitar a correria e gastos desnecessários, os pais conseguem garantir preços menores. Isso porque, na virada do ano, papelarias e livrarias costumam fazer o balanço de final de ano e, quando reabrem, já aplicam o reajuste da inflação anual aos preços dos produtos comercializados. A previsão é de que a inflação feche em 6,3%, de acordo com os cálculos do Banco Central do Brasil.
Comprar o material escolar das crianças antes do fim do ano pode garantir uma economia de até 7% no bolso das famílias, segundo a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), responsável pela fabricação dos itens de papelaria. Fabio Mortara, presidente da entidade, explica que o gasto menor na compra feita em dezembro em relação aos gastos de janeiro deve ser do tamanho da inflação anual.
Já de acordo com as orientações do Procon-PR, os pais devem escolher a marca do produto, pesquisar o preço na internet e em pelo menos três lugares com visitas presenciais. Vale negociar o pagamento, mas o mais importante é que as prestações caibam no orçamento mensal.

Procurar outros pais onde o seu filho estiver matriculado pode também ajudar a economizar na hora da compra. Fazer a compra de materiais escolares em conjunto com outros pais pode ajudar a negociar melhores preços e possibilidades de pagamento. Como as listas geralmente são grandes, basta juntar duas ou três famílias com filhos nas mesmas séries.
Em falta — Outro problema para quem deixa as comparas para depois é encontrar o produto. “No primeiro ano, eu deixei para comprar o material na última hora e não consegui achar um dos livros pedidos pela escola”, conta Ana Carolina Kowalski, mãe de Alexandre Kowalski Braga. “Foi um transtorno porque a editora parou de imprimir o livro e o Ale ficou sem o livro.” Ana lembra que depois disso nunca mais deixou a compra para a última hora. Ela relata que costuma fazer uma lista e inicia as compras já em outubro. “Neste ano, eu vou começar a comprar em novembro, porque tinha umas contas para pagar e não deu para começar as compras em outubro”, explica.
Além da lista, Ana faz uma pesquisa em várias livrarias para comprar os livros, que devem passar dos R$ 1 mil. Sobre compras em atacado como forma de economizar, Ana é reticente. “Uma vez eu comprei em um atacado, mas os produtos não eram de boa qualidade. O apontador quebrou no primeiro lápis”, conta. “Mas há preços menores em alguns lugares sim, como na Casa China, onde há material de marcas conhecidas e com preços um pouco melhores”, conta.
Ela também não gosta de comprar material em supermercado em função da pouca variedade de produtos encontrados. “As escolas pedem coisas muito específicas que você acaba encontrando apenas em papelarias, então acho que acaba sendo perda de tempo ir ao supermercado”, afirma.
Especialistas apontam o comportamento de Ana como o mais adequado. Além de evitar a correria e o tumulto dos dias que antecedem ao início das aulas, com a compra antecipada os pais podem pesquisar melhorar os preços. Outra dica é que os pais façam um balanço do material que sobrou do ano anterior para ver o que pode ser aproveitado.

dicas para economizar

Antes de sair às compras

Faça uma “caça” aos materiais espalhados pela casa. Chame seus filhos para uma brincadeira em que devem fazer uma caça a materiais que sobraram dos anos anteriores

Estabeleça prioridades financeiras que venham antes do material escolar d cada membro da família
 
Ligue para outros pais e faça uma compra coletiva no atacado. Há lojas que reduzem o valor total em 10% quando a soma passa de R$ 1 mil, por exemplo 

Peça emprestado. Procure pais de crianças mais velhas, que possam emprestar seus livros usados ao seu filho. Além disso, muitas escolas fazem troca de materiais em boas condições entre pais com filhos em idade escolar diferente

Procure livros em sebos. Responsáveis pelos altos valores das listas escolares, os livros podem também ser adquiridos nestes locais a preços mais baixos 

Avalie a possibilidade de comprar pela internet. O último passo antes de ir para as lojas é avaliar sua real situação financeira. Se a família tem reservas, o melhor é comprar à vista, na loja, para tentar um desconto extra conversando com o vendedor e com o gerente

Deixe seu filho em casa. O grande movimento das lojas pode não ser um lugar apropriado para crianças e sua presença geralmente acaba levando os pais a optarem por produtos mais caros e por vezes desnecessários

Planeje em quais lojas você irá. Pesquise na internet onde há mais de um comércio e não vá em bairros de classes muito altas 

Verifique se a loja aproveita seu material usado. Algumas delas dão descontos para o cliente que leva folhas em branco de cadernos usados, por exemplo

Após as compras

Cuidado com o desperdício. Ao chegar em casa, mostre todo o material ao filho, mas entre os itens que ficam com ele, não dê tudo de uma só vez, caso você considere que ele não saberá administrar os materiais. Assim as chances de desperdício são menores

Faça um estoque de materiais durante o ano. Os preços costumam cair após a volta às aulas. Se possível, aproveite a temporada de promoções e compre lápis, cadernos, borrachas e outros tipos de materiais que estão sempre na lista e guarde para o ano seguinte

Poupe para comprar à vista no ano seguinte. Tente aplicar uma quantia na poupança, todos os meses, para as compras do ano seguinte. Assim, poderá conseguir descontos