quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Dívida dos hospitais cresceu oito vezes em nove anos


Em 2005, instituições tinham déficit de R$ 1,8 bilhão. Valor chegou a praticamente R$ 15 bilhões neste ano

BemParana


As santas casas e hospitais filantrópicos de todo o País fazem hoje uma manifestação nacional da assistência eletiva. Neste dia, os colaboradores dos hospitais vão usar preto, para representar o luto pela crise das instituições, fruto do subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O valor da dívida é praticamente igual ao que o governo federal destinou para a saúde básica no país neste ano — 18,1 bilhões. O déficit previsto neste ano é de cerca de R$ 15 bilhões, mais de oito vezes maior que em 2005, que era de R$ 1,8 bilhão.
De acordo com o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Luiz Soares Koury, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos, primordial para que a população não sofra desassistência generalizada. “Não estamos brigando apenas por nós, mas pela saúde de todos os brasileiros, principalmente aqueles que dependem do SUS”, afirma.
No Paraná, os hospitais filantrópicos são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos ao SUS e mais de 70% dos procedimentos de alta complexidade. São mais de 7 mil leitos ativos disponíveis ao usuário e cerca de 40 mil profissionais empregados diretamente.
A ausência de medidas efetivas para estancar essa verdadeira “hemorragia” fez a dívida acumulada saltar de R$ 1,8 bilhões, em 2005, para R$ 5,9 bilhões, em 2009. Em 2012, superou a casa dos R$11 bilhões, segundo estudo da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados Federais, realizado pela Subcomissão Especial destinada a analisar e diagnosticar a situação em que se encontram as Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas.
O ponto crucial encontra-se no débito de quase R$ 5 bilhões junto às instituições financeiras. Assim, as Santas Casas e hospitais filantrópicos do Brasil têm quase 44% do total de sua dívida acumulada junto ao setor financeiro, pagando juros muito elevados, que encarecem seus custos e aceleram o processo de descapitalização.
Evangélico — No sábado, às 10 horas, um ato público de denominado “Abrace o Evangélico” será realizado em torno do hospital. Neste momento será lançada a campanha "Ajude o Evangélico" destinada a socorrer financeiramente a instituição com o recebimento de doações, via depósito bancário, em caráter permanente.
“Mais uma vez o nosso querido Hospital Evangélico se encontra em situação de adversidade econômica e financeira, fato que está se tornando corriqueiro em nosso país. Para continuar oferecendo atendimento de excelência a todos os que nos procuram, necessitamos da colaboração dos mais diversos setores da sociedade civil para seguir adiante com o sonho de nossos fundadores”, justifica o texto de apresentação da campanha.