sábado, 20 de novembro de 2010


Pró-Cidades

BID visita áreas que serão urbanizadas


principal





Em dezembro, deverão ser lançadas as próximas licitações do programa
Terminou. ontem, a visita dos integrantes da missão de acompanhamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, que estiveram na cidade esta semana para participar de reuniões e visitar as obras que fazem parte do Programa Integrado de Desenvolvimento Social e Urbano de Curitiba, o Pró-Cidades.
Os especialistas do Banco estiveram nas obras da avenida Fredolin Wolf, nas do binário formado pelas ruas Chile e Guabirotuba e nas da trincheira da Gustavo Rattman, sob a Linha Verde. Eles também foram á área onde será construída a Rua da Cidadania do Cajuru, no bairro Capão da Imbuia.
No último dia da missão que começou na quarta-feira (17), os integrantes da missão do BID visitaram a Vila Acrópole, área de ocupação irregular localizada no bairro do Cajuru. No local, será iniciado no ano que vem um projeto de urbanização, que terá financiamento do banco, com benefícios para 1,2 mil famílias.
Esta é a primeira experiência do BID com habitação popular em Curitiba. “Temos uma expectativa muito boa em relação a este projeto, pois a parceria da Prefeitura e do banco em áreas como transporte coletivo, mobilidade urbana e sistema viário, sempre deu bons resultados. Curitiba é modelo para outras cidades e a atuação habitacional também poderá servir como referência mais tarde”, disse Aderbal Curvelo, especialista do BID que está à frente da missão.
Além da Vila Acrópole, o banco irá financiar também a intervenção na Vila Nori, outra área irregular, localizada no Pilarzinho, com 318 famílias, onde os técnicos da missão estiveram na quinta-feira (18). Para as duas obras, o BID irá destinar R$ 13 milhões. 
Após diversas reuniões técnicas realizadas durante os três dias da missão do BID, na Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag), ligada ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, ficou definido que ainda em dezembro deverão ser lançados os editais de licitação da Vila Nori e os das ruas Eduardo Pinto da Rocha e Desembargador Antônio de Paula.
As obras nas Vilas Nori e Acrópoles incluem construção de casas para reassentamento de famílias que vivem em situação de risco e execução de infraestrutura para os moradores que vão permanecer nas áreas.
Na Vila Nori serão reassentadas 43 famílias que estão em fundo de vale, na abrangência da bacia do rio Barigui. Os moradores que ficarão na Vila serão atendidos com redes de água, esgoto, drenagem e energia elétrica, além de reformulação do sistema viário para melhorar as ligações com o entorno e as condições de circulação interna. Também está prevista a recuperação ambiental do fundo de vale.
Localizada nas proximidades do Parque Tanguá, a Vila Nori é uma ocupação com mais de 20 anos de existência que se formou em terreno que pertencia à Urbs. Para possibilitar a regularização da área e a titulação das famílias, o terreno da ocupação foi transferido à Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), responsável pela intervenção pela execução do projeto de intervenção.
Na Vila Acrópole, que fica nos fundos do Parque dos Peladeiros, o reassentamento alcançará 179 famílias. Parte delas sairá da margem do rio Atuba, para dar continuidade à implantação do Parque Linear do Cajuru e possibilitar a recuperação das margens hoje comprometidas pela ocupação indevida.
Haverá reassentamento também de famílias que estão obstruindo ruas e contribuindo para o isolamento da área em relação ao seu entorno. Com a retirada das casas que estão nestes pontos, haverá maior integração da Vila com o bairro. Além disso, haverá obras de infraestrutura para melhorar a condição das famílias na área. Também está prevista a regularização fundiária da Vila no final do processo de intervenção, com a titulação das famílias.
Até o final do Pró-Cidades que será executado em cinco anos, o programa terá investido US$ 100 milhões em Curitiba, dos quais a metade será garantida pela Prefeitura de Curitiba.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Maratona de Curitiba

Entrega de kit e inscrições para caminhada nesta sexta

principal
A Prefeitura de Curitiba começará a entregar o kit do atleta aos corredores que vão participar da Maratona de Curitiba nesta sexta-feira (19), a partir das 14h, no ginásio da praça Oswaldo Cruz, rua Brigadeiro Franco, s/nº, em frente ao Shopping Curitiba, no Centro. No local também serão feitas as inscrições para a caminhada, que terá 1500 vagas. A Maratona de Curitiba será neste domingo (21).
Na sexta-feira, os kits poderão ser retirados até as 20h. No sábado (20), a entrega será feita das 8h às 18h. A Secretaria Municipal do Esporte e Lazer entregará 6.000 kits para 2.500 corredores da Maratona e para 2.000 corredores da prova de 10 quilômetros. Os 1.500 atletas da caminhada de 5 quilômetros terão um kit diferenciado.
Para pegar seu kit, o atleta das provas de corrida precisa levar um documento de identificação e o comprovante de pagamento da taxa da Maratona ou da taxa da corrida de 10 quilômetros. Já o atleta da caminhada deverá levar apenas um documento de identificação e uma lata de leite, que será doada ao Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC).
O kit da Maratona contém bolsa, camiseta, número de identificação, chip de controle, boné e manual do atleta. O kit dos 10 quilômetros tem bolsa, camiseta, número de identificação, chip de controle, viseira e manual do atleta. Quem participar da caminhada ganhará camiseta e manual do atleta.
O manual do atleta trará informações básicas sobre a corrida e dados sobre os percursos. Ao receber o kit, o atleta terá também orientação sobre como prender o chip que o identificará na passagem por tapetes especiais, onde estão os pontos de cronometragem eletrônica.
Maratona - Neste ano, a Maratona de Curitiba vai começar mais cedo. As primeiras largadas serão dadas a partir das 6h20, com os cadeirantes.  Depois é a vez das corredoras da maratona, que largam às 6h30. Meia hora depois, saem os corredores masculinos, para a prova de 42 quilômetros.
A prova de 10km começam às 7h20, com a largada das corredoras. Depois vem os atletas masculinos, que largam às 7h25. Somente depois da saída de todos os corredores, sai o pelotão dos caminhantes, que vão percorrer 5 quilômetros.
CONFIRA
MARATONA DE CURITIBADomingo, 21de novembro
Entrega dos kits aos atletas: sexta-feira (19), das 14h às 20h, no ginásio da praça Oswaldo Cruz, rua Brigadeiro franco, s/nº, em frente ao Shopping Curitiba, no Centro. No sábado (20), no mesmo local, das 8h às 18h.
Inscrições para a caminhada: na praça Oswaldo Cruz, no mesmo horário da entrega dos kits.Vagas: 1500.
Horário das largadas:
6h20 - 
Maratona: cadeirantes 
6h30 - Maratona: feminino
7h - Maratona: masculino
7h20 - Corrida: 10Km feminino
7h25 - Corrida 10Km masculino
Na sequência – caminhada 5Km

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Meio Ambiente

Coleta do Lixo que não é Lixo aumenta 192% em 5 anos


principal




 De 7.662 toneladas em 2005, os caminhões do Lixo que não é Lixo fecharão 2010 com 22.419 toneladas de lixo reciclável recolhidas.

A coleta de lixo reciclável em Curitiba aumentou 192% nos últimos cinco anos. De 7.662 toneladas em 2005, os caminhões do programa Lixo que não é Lixo, da Prefeitura, coletaram 22.419 toneladas em 2009, número que vem se mantendo em 2010.
A coleta seletiva voltou a aumentar em Curitiba depois do lançamento da campanha SE-PA-RE, na primeira metade de 2006, e que permanece até hoje nos ônibus e mobiliário urbano da cidade.
"A campanha motiva os curitibanos a separar mais o lixo, e faz com que as pessoas se lembrem que também tem responsabilidades com o meio ambiente e com a cidade”, destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto.
O Lixo que não é Lixo faz a coleta seletiva porta a porta em 100% do território da cidade, numa frequência que varia de uma a três vezes por semana, dependendo da região. A Prefeitura tem ainda outros programas de incentivo à separação de lixo, como o Câmbio Verde, que faz a troca de lixo reciclável por hortifrutigranjeiros nas áreas mais periféricas da cidade.
O Câmbio Verde também aumentou a coleta depois que a Prefeitura acrescentou 36 novos pontos, somando atualmente 90 locais com a participação média de 7.259 pessoas, e coleta de aproximadamente 310 toneladas de resíduos recicláveis por mês, e entrega de 77.500 quilos de alimentos.
“A cidade cresceu e os programas já consolidados devem se expandir para atender a demanda”, explica Andreguetto.
Outro saldo positivo foi a coleta de óleo de cozinha usado, serviço de coleta seletiva lançado em fevereiro de 2007 pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O serviço é oferecido nos 24 terminais de ônibus, junto com a coleta de resíduos especiais, e também no Câmbio Verde. Nos terminais, a Prefeitura recolhe 4.500 litros por ano, e no Câmbio Verde, cerca de 14 mil litros.
Além de evitar que o óleo usado seja descartado de forma inadequada e contamine o meio ambiente, o novo serviço da Prefeitura beneficia famílias cadastradas no Câmbio Verde, programa de recolhimento de lixo reciclável.
Todo material é encaminhado à Usina de Valorização de Rejeitos, administrada e mantida pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba. Depois de separado por tipo, os materiais são vendidos para indústrias que transformam o lixo em matéria prima e novos produtos. A renda é revertida para ações sociais.
O papel é campeão de separação, 37% de todo o lixo reciclável que segue para a Usina. Depois, 23% de plástico, 20% de vidro, 14% metais e 4% de embalagens longa vida (tetra pack), entre outros.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010


Portão e Boqueirão

Tito Zeglin vistoria obras de pavimentação e drenagem


principal




Prefeito em exercício anunciou que Prefeitura revitalizou 15 quilômetros de ruas com a máquina recicladora de asfalto.
 
O prefeito em exercícioTito Zeglin vistoriou neste terça-feira (16) obras de pavimentação e de drenagem nas Regionais Boqueirão e Portão. Zeglin acompanhou pela manhã os trabalhos de recapeamento e de colocação de meio-fio nas ruas Clara Polsin, Brasílio Ribas, David Tows, João Batista Zagonel Passos e Pedro Zavaski.
À tarde, o prefeito em exercício acompanhou obras de drenagem na rua Maria Bueno. “São obras pedidas pela comunidade, como o recapeamento de ruas de antipó, que estão recebendo asfalto definitivo”, disse Zeglin.
A primeira rua visitoriada por Zeglin foi a rua Brasílio Ribas, no Novo Mundo, onde a Prefeitura está transformando 700 metros de antipó em asfalto definitivo. A rua faz esquina com a Clara Polsin,onde a Prefeitura já entregou mais de mil metros de ruas recuperadas.
O novo pavimento na Brasílio Ribas está sendo feito pela recicladora de asfalto. Nesta rua passam quatro linhas de ônibus. “Somente neste ano, a máquina recicladora de asfalto transformou 15 quilômetros de antipó em asfalto definitivo, melhorando a qualidade da nossa rede viária e o conforto no transporte coletivo”, disse Zeglin.
A obra na Brasílio Moura agradou os moradores. A comerciante Sirlei Santos disse que a rua vivia com buracos a cada chuva. “Agora, com o fim de antipó, a rua vai ficar bonita”, disse. Mesma opinião tem Carlos Eduardo, funcionário de uma retífica de motores. “Acho que com a rua arrumada, vamos ter até mais cliente”, disse.
Outras obras vistoriadas foram as ruas David Tows e João Batista Zagonel Passo. Na David Tows, a Prefeitura está aplicando nova capa asfáltica numa extensão de 1.760 metros. A revitalização completa inclui alargamento da pista, drenagem, paisagismo, sinalização e meio-fio. “Moro no Xaxim há 55 anos e, depois desta obra, é a primeira vez que vejo a David Tows tão bonita”, diz Malthard Friesen, proprietário de um aviário.
As obras da Prefeitura também agradaram os moradores da rua João Batista Zagonel Passos. “A rua está muito bonita, com asfalto novo e meio-fio. Também fizeram obras de canalização, que vão acabar com pontos de cheias. Foi um trabalho de primeira”, disse a dona de casa Ana Teresa Meira.
A obra nas Ruas David Tows e João Bastista Zagonel Passos fazem parte danova ligação entre os bairros Xaxim e o Pinheirinho. A nova ligação vai passar pelas ruas David Tows, João Batista Zagonel Passos, Francisco Carvalho da Costa, Pedro Zavarski e a rua Cid Marcondes de Albuquerque.
Drenagem - Tito Zeglin vistoriou também o início das obras do muro de contenção no córrego Santa Bernadete, no bairro Novo Mundo. O córrego passa atrás da rua Maria Bueno e tem cerca de 170 metros. "A obra vai devolver ao rio o que é dele, qualidade e limpeza", disse Tito Zeglin.
Os moradores ao redor do córrego comemoram a realização da obra, pois na região havia muitos ratos e com chuvas havia risco de enchentes. Aproximadamente 35 famílias, que moram ao redor do córrego, serão beneficiadas com a obra.
Os recursos para a construção do muro de contenção, que também evita a erosão no local, são provenientes de uma emenda parlamentar de 2009, que Tito Zeglin apresentou na Câmara. Ao todo são R$ 150 mil para a obra. "Esse rio vai desembocar no Belém e depois no Iguaçu, que vai até as Cataratas do Iguaçu. Os moradores merecem essa obra", definiu Tito Zeglin.

terça-feira, 16 de novembro de 2010


Sustentabilidade

Luciano Ducci falará sobre desenvolvimento sustentável em Fórum Internacional na Itália


O prefeito Luciano Ducci fará palestra no Fórum Internacional sobre Patrimônio Cultural e Paisagem Urbana, na quinta-feira (18), em Florença, na Itália. O prefeito de Curitiba foi convidado pela instituição italiana The European House – Ambrosetti, organizadora do fórum.

Luciano Ducci descreverá a experiência de Curitiba como cidade sustentável, destacando que o investimento em paisagem urbana e meio ambiente pode trazer vantagens econômicas e desenvolvimento para a cidade. "A sustentabilidade é somente uma ideia até que seja colocada em prática e adotada pela população. Para isso, são necessárias ações. Por isso, Curitiba busca soluções inovadoras e criativas, financeiramente viáveis e, principalmente, que envolvam a comunidade", afirma Luciano Ducci.
O fórum terá participação de autoridades e especialistas de vários países, como os ministros da Cultura da Itália, da Bulgária, da Hungria e do Bahrain; dos prefeitos de Barcelona, Boston e de Florença; de diretores de museus importantes, como o Museu de Arte Moderna de Nova York, Museu do Patrimônio da Rússia, Museu de Antiguidades do Cairo, e Museu Metropolitano de Nova York.
Luciano Ducci falará também do programa de Biodiversidade Urbana – Biocidade, lançado em 2007. "O Biocidade foi o passo além na história do planejamento urbano e ambiental da cidade, e veio para aperfeiçoar as boas práticas ambientais e urbanas consolidadas em Curitiba", diz o prefeito.
Entre as ações do Biocidade está o incentivo e orientação aos proprietários de fragmentos florestais nativos, inclusive com a isenção de impostos, para que preservem estas áreas. O programa prevê ainda a remoção de espécies vegetais exóticas invasoras de dentro dos parques e bosques, substituindo com o plantio de espécies nativas regionais como uma forma de manter a biodiversidade local.
A Linha Verde é outro tema de destaque na palestra do prefeito. Pela Linha Verde circulam ônibus movidos 100% a biocombustível, e a via tem espécies nativas no paisagismo de seus canteiros, e uma ciclovia ao longo de seus quase 10 quilômetros.
Luciano Ducci destacará ainda que Curitiba foi a primeira cidade da América Latina a utilizar ônibus movidos somente a biocombustível, sem a mistura de diesel. Os primeiros veículos começaram a circular em agosto do ano passado, e, até 2012, pelo menos 10% da frota do transporte coletivo da cidade deverão ser de veículos movidos 100% a biocombustível.
Da Itália, o prefeito seguirá para a Cidade do México, capital mexicana, onde participará no domingo (21) da Cúpula Mundial de Prefeitos sobre Mudanças Climáticas, bem como da apresentação do Green Index Latin America (Índice Verde América Latina), um levantamento feito pela revista The Economist sobre a sustentabilidade em cidades da América Latina. Curitiba foi incluída no estudo. Luciano Ducci retorna a Curitiba no domingo. O vice-presidente da Câmara, vereador Tito Zeglin, será o prefeito em exercício

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


POR CLAUDÉRIO AUGUSTO

Minha foto
Claudério Augusto
Chapecó, SC, Brazi


Proclamação da República, 121 anos

Desde que o marechal Deodoro da Fonseca derrubou a monarquia, há 121 anos, o Brasil foi comandado por vários tipos de governo - a começar pelo governo provisório que assumiu o poder em 1889 até chegar à plenitude democrática atual. Desde então, porém, jamais deixou de ser República.

A República surgiu de um golpe militar comandado pelo marechal Deodoro, que no dia 15 de novembro de 1889 agrupou suas tropas e tomou o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. "Havia a dúvida se era uma mudança de gabinete ou se realmente havia sido deposta a monarquia", afirma a historiadora e cientista política Maria Izabel Noll, professora da Ufrgs. 

Afinal, o próprio marechal Deodoro era tido como fiel ao imperador dom Pedro II. Os políticos alinhados com o pensamento republicano tiveram participação secundária no movimento, incluindo os gaúchos (Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e Pinheiro Machado). "Esse pessoal quase soube da proclamação da República por telegrama. Não sabia o que tinha acontecido", explica Maria Izabel. 

Os republicanos defendiam que o novo regime aproximaria o Brasil das nações mais desenvolvidas e das instituições modernas. Grande parte dos países da América Latina já havia aderido ao sistema. No Chile, por exemplo, a república havia sido proclamada 70 anos antes. "Esses países, mesmo com muitas dificuldades, tiveram praticamente todo o século XIX e o XX como república. Boa parte deles conseguiu fazer processos de inclusão cidadã melhor que o Brasil", observa.

Segundo ela, essas nações caminharam rumo a um liberalismo mais democrático, diferente do caso brasileiro. Os analfabetos, por exemplo, só ganharam direito ao voto em 1988. O prolongamento da monarquia, no entanto, contribuiu para a manutenção do território nacional. 

Quanto ao futuro da República, a expectativa é pelo aperfeiçoamento, já que se trata de um processo em construção.

domingo, 14 de novembro de 2010


SUDESTE ASIÁTICO

Governo de Mianmar liberta Aung San Suu Kyi

do site Opinião e Notícia

Ativista símbolo da luta pela democracia finalmente deixa prisão domiciliar

O governo militar de Mianmar libertou neste sábado, 13, a ativista Aung San Suu Kyi, que foi saudada em sua casa por milhares de manifestantes que celebraram cantando o hino nacional. Usando uma jaqueta tradicional e uma flor amarela nos cabelos, Suu Kyi declarou que espera rever as 5 mil pessoas que celebraram sua libertação no domingo, no quartel-general de seu partido.
“Se trabalharmos com união, atingiremos nossos objetivos. Temos muito a fazer”, disse a ativista e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, que passou os últimos sete anos e meio presa, e se tornou um símbolo da luta por democracia na nação do Sudeste Asiático, que é comandada por um regime militar desde 1962. A libertação de Suu Kyi, 65, aconteceu uma semana depois da eleição vencida pelo partido dos militares e condenada pelo Ocidente como uma farsa destinada a perpetuar o regime no poder.  A ativista passou 15 de seus últimos 21 anos em prisão domiciliar.
A libertação de Suu Kyi foi quase que imediatamente celebrada por diversos líderes mundiais. “Se Suu Kyi vivia na prisão de sua casa, ou na prisão de seu país não invalida o fato de que ela, e a oposição política que ela representa têm sido sistematicamente silenciadas, encarceradas e privadas de qualquer oportunidade de tomar parte no processo político”, disse o presidente norte-americano Barack Obama, que se referiu à ativista como “minha heroína”.
“Aung San Suu Kyi é uma inspiração para todos nós que acreditamos na liberdade de expressão, na democracia e nos direitos humanos”, declarou o primeiro-ministro britânico David Cameron. “É crucial assegurar que Aung San Suu Kyi tenha, a partir de agora, liberdade irrestrita de expressão e movimentação, e que possa participar do processo político de seu país”, disse o presidente da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso.
Em 1990, a Liga Nacional pela Democracia, o partido de Suu Kyi, obteve uma vitória esmagadora nas eleições, mas os militares se recusaram a abrir mão do poder e passaram a perseguir seus oponentes. Sua libertação dá munição ao governo, que vem sendo criticado pelo resultado das últimas eleições – que deu a seu partido a maioria em ambas as câmaras – e por seus índices no campo dos direitos humanos, que incluem 2200 prisioneiros políticos e campanhas militares contra minorias étnicas. É improvável que os militares permitam que Suu Kyi convoque grandes massas para lutar ativamente pela democracia no país, mas sua libertação é encarada com esperança.
“Não há uma oposição formal em Mianmar, então sua libertação representará uma oportunidade de reorganizar e revitalizar a oposição de maneira concreta”, diz Muang Zarni, um dissidente exilado, e pesquisador de Mianmar na London School of Economics. Ao ser libertada brevemente em 2002, Suu Kyi declarou que sua libertação não deveria ser encarado como “um grande passo rumo á democracia”. “Quando todos em Mianmar puderem gozar de uma liberdade básica teremos dado esse passo”.
Tendo passado a maior parte de sua vida fora do país, Sun Kyi voltou a Mianmar para tomar conta de sua mãe, enquanto protestos contra os 25 anos de regime militar explodiam nas ruas. Ela foi rapidamente alçada à condição de líder por ser filha de Aung San, que liderou a independência de Mianmar do Reino Unido, antes de ser assassinado por políticos rivais. Presa em 1989, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, e se tornou um símbolo para o Ocidente, crítico do regime militar de Mianmar.
Aung San Suu Kyi se casou com o inglês Michael Aris, que morreu de câncer em 1999, depois de ter vistos negados para Mianmar por três anos. Seu filho mais velho, Michael, vive nos Estados Unidos, e representou Suu Kyi na entrega do Prêmio Nobel. Seu filho mais novo, Alexander, impedido de entrar em Mianmar, espera na Tailândia pela oportunidade de ver sua mãe pela primeira vez em dez anos. Suu Kyi teve a oportunidade de deixar o país para encontrar a família, mas preferia ficar em Mianmar, pois temia não conseguir retornar caso saísse do país.